Um estudo técnico elaborado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) revisou as métricas de remuneração do preço da cana-de-açúcar de São Paulo. O trabalho foi encomendado pelo Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Etanol do Estado de São Paulo (Consecana), que reúne representantes de produtores e usinas do setor sucroenergético.
A nova metodologia de precificação surge em um momento estratégico para a cadeia da cana, que hoje vai além da produção de açúcar e etanol e inclui biometano e outros biocombustíveis, cada vez mais valorizados no cenário global de transição energética.
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Transparência e valorização do produtor
Tanto a União da Indústria da Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) quanto a Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana) se posicionaram favoráveis à divulgação integral do estudo e dos contratos firmados para sua elaboração.
Segundo o presidente da Unica, Evandro Gussi, a iniciativa tem como base a transparência e o respeito ao fornecedor de cana, peça fundamental da cadeia produtiva.
“Um percentual grande da nossa produção, ela depende do fornecedor de cana. Então ele tem um papel muito relevante. É por isso que a única tem mantido uma mesma visão, que é transparência e respeito ao produtor, ao fornecedor de cana”, afirmou Gussi.
Nova metodologia e impasse na divulgação
O estudo foi concluído pela FGV em março deste ano e aponta quais perfis de produtores precisam de reajustes na remuneração e quais seriam esses ajustes, considerando critérios técnicos, econômicos e jurídicos.
De acordo com a Unica, a proposta sempre foi implementar imediatamente os resultados. No entanto, divergências sobre a divulgação do conteúdo completo geraram um impasse que atrasou a aplicação da nova metodologia em todo o estado.
Como avanço concreto, a Unica informou que já assinou memorandos de entendimento com 13 associações de fornecedores das regiões de Piracicaba, Capivari e Araraquara, onde a aplicação do estudo começará de forma imediata.
Defesa da publicação integral
Para evitar ruídos e interpretações divergentes, a Unica propôs a abertura total do estudo técnico e do contrato firmado entre as entidades e a FGV. O objetivo é garantir que produtores tenham acesso integral às informações e possam entender os critérios utilizados.
“O fornecedor precisa saber o que foi assinado, o que está no estudo e quais são os seus direitos. A transparência é o caminho mais rápido para a implementação”, destacou Gussi.
Orplana apoia divulgação sem cortes
A Orplana defende que o material seja publicado sem cortes, incluindo anexos e respostas do grupo técnico, garantindo total transparência. A entidade sugere que a publicação ocorra pelos canais oficiais do Consecana e afirma também estar à disposição para contribuir de forma responsável e aliada às diretrizes do colegiado.
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