Em vez de responsabilidade fiscal, o Brasil vê governo e parlamento em disputa por poder e votos, sem coragem para cortar despesas e com apetite insaciável por gastar mais. O resultado? Um povo esmagado e um país em risco.

Nessa última quarta-feira (25), o Brasil assistiu a um espetáculo simbólico de sua decadência fiscal. Pela manhã, o Congresso derrubou o decreto do Executivo que aumentava o IOF, impedindo a arrecadação de R$ 10 bilhões. Horas depois, a Câmara aprovou o aumento no número de deputados federais. A mensagem é cristalina: nem o governo, nem o Congresso estão dispostos a cortar gastos — ambos só querem continuar gastando.

A metáfora popular ilustra com perfeição esse cenário: na briga entre o mar e o rochedo, quem apanha é o marisco. Neste caso:

  • O governo é o mar, agitado, errático, tentando tapar buracos com aumento de impostos;
  • O Congresso é o rochedo, duro, resistente a qualquer sacrifício próprio, sempre pronto a se proteger;
  • O marisco é o povo brasileiro, que leva a pancada dos dois lados e paga a conta.

Fragilidade de um, cinismo do outro

A derrota no IOF revelou a fragilidade do Executivo, mas também o cinismo do Legislativo. Os parlamentares rejeitam mais impostos, o que é correto, mas na mesma sessão aprovam mais cargos, mais despesas, mais estrutura pública, ou seja, não querem tributar mais, mas também não querem cortar nada.

E o governo? Em vez de enfrentar as corporações, os privilégios, os excessos e os desperdícios, segue aumentando despesas para alimentar sua base política e bancar promessas populistas.

Juros altos e dívida fora de controle

Com juros de 15% ao ano e uma dívida pública crescente, o Brasil se aproxima de um ponto de estrangulamento. A irresponsabilidade fiscal dos Três Poderes — disfarçada de disputa política — ameaça a estabilidade econômica e a sobrevivência das próximas gerações.

O Brasil é um país maravilhoso, com recursos naturais abundantes, gente trabalhadora e potencial produtivo gigantesco. Mas está sendo arruinado por uma elite política que se recusa a fazer o básico: gastar com responsabilidade, cortar onde é preciso e planejar o futuro.

Em vez disso, vivem em campanha permanente, loteando o orçamento público, desviando o foco do que realmente importa e empurrando a conta para o povo.

Conclusão: o povo e o país não aguentam mais

O Brasil não suporta mais impostos. O Brasil não suporta mais gastos irresponsáveis. O Brasil não suporta mais a covardia de um governo e de um Congresso que se esquivam das reformas estruturais e vivem apenas em função de sua sobrevivência política.

É hora de dar um basta. De exigir coragem. De colocar a verdade na mesa: ou enfrentamos a realidade, ou continuaremos esmagando o marisco enquanto o mar e o rochedo disputam vaidade.



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