O ano de 2025 já aparece empatado com 2023 como o segundo mais quente já registrado, segundo novos dados do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus. Segundo o meteorologista, Arthur Müller, o cenário atual reforça a tendência de aquecimento global contínuo e o aumento de eventos extremos ao redor do mundo.
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De acordo com Müller, as medições de temperatura ano a ano, desde a década de 1970, mostram uma curva que oscila, mas segue sempre em direção ao aquecimento.
“Lembrando que em 2024 a gente rompeu a barreira do 1,5 °C e estamos bem perto de manter mais um ano perto de 1,5 °C”, afirma o meteorologista. Agora, 2025 segue no mesmo patamar, com novembro e dezembro projetando anomalias acima dessa linha crítica.
Picos de calor
Apesar de produtores brasileiros perceberem um ano aparentemente “mais tranquilo” em relação às ondas de calor, os novos dados mostram que isso se explica pela atuação da La Niña.
De acordo com Müller, mapas indicam que a América do Sul ficou próxima da média histórica, mas outras regiões do planeta enfrentaram picos extremos. Estados Unidos, Ásia e Europa registraram áreas com até 4°C ou 5°C acima da média.
“A distribuição do calor não é homogênea. Quando olhamos a média global, chegamos ao 1,5°C, mas em algum ponto do planeta esse calor explode em extremos”, destacou Müller.
O meteorologista aponta que, após o retorno da neutralidade ao longo de 2025, há possibilidade de que um novo El Niño se forme na primavera do ano que vem. O fenômeno pode trazer novamente os mesmos impactos severos de 2023 e 2024, como temperaturas elevadas e ondas de calor persistentes.
Tragédia na Ásia e impacto das mudanças climáticas
Além do calor global, Müller também analisou as enchentes que devastaram países do Sul e Sudeste Asiático nos últimos dias. A tragédia já soma mais de 2.300 mortos e cerca de 22 milhões de pessoas afetadas por chuvas extremamente volumosas.
Segundo o meteorologista, o evento está diretamente relacionado ao aquecimento global, que não cria fenômenos novos, mas intensifica aqueles que já existem. Na região da Indonésia, três tempestades tropicais atuaram simultaneamente, algo considerado raro.
“No Vietnã choveu 1.700 mm em 24 horas, é o segundo maior volume já registrado. Lembrando que se pensarmos na Amazônia, durante o período chuvoso de dezembro até meados de maio, é isso que chove”, explica.
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