A escolha entre carne de boi a pasto ou confinada costuma gerar debate entre pecuaristas e consumidores. Afinal, qual é mais saborosa e saudável? A resposta depende de vários fatores, segundo o doutor em Zootecnia Rogério Coan, especialista em engorda intensiva e consultor pecuário. Assista ao vídeo abaixo e confira a resposta na íntegra.

Durante sua participação no quadro Giro do Boi Responde, exibido no programa Giro do Boi, Coan respondeu à dúvida do pecuarista Ricardo Costa, de Chorozinho (CE), telespectador fiel da atração.

Carne a pasto tem sabor intenso e mais ômega 3

Carne bovina assada. Foto: Pixabay

A carne produzida a pasto, especialmente em sistemas de baixa tecnologia, é proveniente de animais que se alimentam exclusivamente de forragem. Essa dieta natural, rica em clorofila e betacaroteno, confere à carne uma coloração mais amarelada, menor teor de gordura saturada e maior presença de ômega 3 e ômega 6 — ácidos graxos benéficos à saúde.

Segundo Coan, o sabor é mais terroso e marcante, com textura firme.

“Muita gente prefere esse tipo de carne porque ela não tem gordura marmorizada e tem um sabor mais ‘raiz’”, afirmou.

Bovino de corte em confinamento. Foto: Reprodução/Giro do Boi
Bovino de corte em confinamento. Foto: Reprodução/Giro do Boi

No confinamento, os animais são mais jovens e recebem uma dieta balanceada, o que resulta em maior marmoreio, mais gordura saturada e maciez. A carne apresenta sabor adocicado e textura mais suave, agradando consumidores que buscam cortes suculentos e uniformes.

Para Coan, não há certo ou errado:

“É uma questão muito de paladar individual. Tem quem prefira o sabor forte da carne a pasto e quem valorize a maciez da carne de confinamento.”

Qualidade depende do manejo em qualquer sistema

Bovinos de corte em área de pasto. Foto: Canva
Bovinos de corte em área de pasto. Foto: Canva

Independentemente do sistema produtivo, a qualidade da carne está ligada diretamente às boas práticas de manejo, nutrição e sanidade animal.

“Uma carne com protocolo sanitário adequado sempre será saudável”, reforçou Coan, destacando que os confinamentos brasileiros já seguem altos padrões de produção.

Ou seja, tanto a carne de boi confinado quanto a de boi a pasto podem ser saudáveis e seguras para o consumo, desde que o bem-estar animal e a sanidade sejam prioridades no processo.

Mercado aberto e escolhas estratégicas

A decisão entre os dois tipos de carne também deve considerar o perfil do consumidor e a estratégia comercial do pecuarista. Há espaço no mercado para ambos os produtos, o que permite diversificar a oferta e atender diferentes nichos.

“O importante é conhecer o público-alvo e entregar um produto de qualidade — seja mais rústico ou mais suculento”, concluiu Coan. No fim das contas, o sucesso está no manejo, não no sistema de criação.



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