O aroma do café passado na hora se mistura com o som da natureza, criando um clima de sonho realizado e de muitas conquistas que estão por vir. Além disso, o cenário acolhedor de Purilândia, distrito de Porciúncula (RJ), oferece mais do que sossego: proporciona um propósito.
Produtora rural e agrônoma, Ana Regina Rocha Ribeiro Majzoub trocou o agito do Leblon (RJ) pela tranquilidade da roça. Desde então, ela comanda o ‘Café Iranita’ ao lado do marido, Suhail Majzoub, seguindo um negócio familiar que une tradição, inovação e sabor.
O nome da marca carrega raízes afetivas. “Irani era meu avô, e Nita, minha avó. Meu pai juntou os nomes e batizou a propriedade de Iranita. Por isso, ‘Café Iranita’”, conta Ana.
A história começa com seu pai, que, já aposentado, decidiu plantar café em 1995. No entanto, o verdadeiro salto veio anos depois.
De commodity a café especial
Em 2005, após o falecimento do pai, Ana Regina e Suhail decidiram assumir de vez a propriedade. A partir desse momento, a missão ficou clara: transformar o café da família em um produto diferenciado, capaz de contar uma história em cada xícara.
“Na época, a gente não tinha outra fonte de renda. Por esse motivo, precisávamos viver do café e, para isso, tínhamos que agregar valor”, relembra a produtora.
Assim, iniciou-se uma jornada de aprendizado e investimento. Com apoio técnico e muitos cursos, o casal mudou a forma de produção: passaram a separar os grãos por tipo e maturação, investiram em maquinário moderno e melhoraram os processos de beneficiamento.
O resultado? Um café mais aromático e muito mais valorizado.
“Antes, tudo era misturado. Agora, conseguimos colher o grão maduro, secar com cuidado, selecionar e torrar com precisão. Dessa forma, garantimos um sabor e uma qualidade superiores”, explica Ana.
Atualmente, a produção gira em torno de 200 sacas por safra, com foco nos cafés especiais.
Da lavoura ao empacotamento
Enquanto Suhail cuida do campo, Ana Regina comanda a gestão e o planejamento do negócio. Com essa parceria, o ‘Café Iranita‘ já oferece três tipos de produtos: o café especial, gourmet e o superior — certificados pela Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC).
Além disso, a vontade de inovar não para. Em breve, o casal vai lançar o Drip Coffee, uma versão prática do café coado na xícara, ideal para quem tem pressa, mas não abre mão da qualidade. “É só abrir, colocar na xícara e despejar água quente”, conta Ana Regina.
Por trás de tantas conquistas, há uma parceria essencial: o Sebrae/RJ.
“O Sebrae foi nosso primeiro parceiro e continua com a gente até hoje. Por meio do SebraeTec, realizamos todas as consultorias”, afirma Ana Regina.
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De Purilândia para o mundo
Agora, a meta é conquistar o mercado internacional. Ana Regina participa do programa Agro.BR, da ApexBrasil e CNA, que capacita produtores para exportação.
Entretanto, a ideia não é vender sacas de café cru: o objetivo é exportar o produto final, empacotado e com a marca ‘Café Iranita’ estampada na embalagem.
Além disso, o casal está envolvido em um projeto que pode colocar a região no mapa dos cafés com Indicação Geográfica com o nome ‘Café do Alto Noroeste do Rio de Janeiro’.
A proposta, que inclui quatro municípios, já está na fase final de análise para dar entrada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
Dicas de quem vive o café
Para quem deseja seguir um caminho semelhante, Ana deixa conselhos valiosos: “Antes de tudo, conheça bem o lugar onde vai plantar: clima, solo, altitude. Além disso, escolher a variedade certa é fundamental. E, claro, contar com ajuda técnica é indispensável, principalmente para quem está começando.”