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A expansão da energia solar no Brasil segue acelerada e, em 2025, consolidou novos avanços mesmo diante de desafios econômicos.

Segundo o presidente executivo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Rodrigo Sauaia, o setor registra crescimento robusto e ganha espaço como pilar da transição energética nacional especialmente no agronegócio.

Sauaia destacou que mais de 10 GW foram adicionados à matriz elétrica brasileira ao longo do ano. Com isso, a energia solar se tornou a segunda maior fonte do país, representando 24% da capacidade instalada.

No campo, o movimento é ainda mais significativo, já são 330 mil sistemas solares instalados em propriedades rurais, beneficiando mais de 72 mil consumidores e movimentando R$ 25 bilhões em investimentos nos últimos anos.

De acordo com Sauaia, a taxa de juros elevada tem dificultado o acesso de pequenos produtores ao financiamento para aquisição de sistemas solares e baterias.

Ainda assim, o campo segue como protagonista da expansão fotovoltaica, com maior concentração no Sudeste, Sul e Centro-Oeste, sem deixar de abrir oportunidades no Norte e Nordeste, regiões com enorme potencial de crescimento.

Sauaia destaca que, em áreas isoladas da região Norte, onde o fornecimento de energia é precário, a combinação entre painéis solares e sistemas de armazenamento já traz autonomia e segurança energética para produtores e comunidades.

Transição energética impulsiona novas tecnologias

A Absolar realiza nesta semana, em São Paulo, o Encontro Nacional Absolar, evento que reúne especialistas, empresários e produtores para discutir resultados de 2025 e traçar projeções inéditas para 2026.

“Para o nosso evento, nós esperamos poder abordar um pouco mais sobre essas novas tecnologias e como elas se conectam com a realidade dos consumidores brasileiros”, destaca Sauaia.

O executivo reforça que o hidrogênio verde pode se tornar matéria-prima para produção nacional de fertilizantes, reduzindo a dependência externa, hoje superior a 90% e contribuindo para baratear custos no campo.

Desafios regulatórios e econômicos

Apesar do otimismo, o setor mira 2026 com atenção redobrada. O próximo ano será eleitoral, o que tende a impactar decisões políticas e regulatórias. Sauaia ressalta que o principal entrave atual é o custo de capital, que encarece investimentos em energia solar e armazenamento.

Ele defende que políticas públicas sejam fortalecidas, especialmente no Plano Safra, no Fundo Clima e em linhas de financiamento com juros mais acessíveis. Também reforça a necessidade de acompanhar a implementação do novo marco legal do setor elétrico, cujas mudanças afetam diretamente a expansão da energia solar no país.

Olhar para o futuro

Mesmo com desafios, o setor fotovoltaico segue como uma das principais apostas para ampliar a competitividade brasileira, reduzir custos de energia para o agro e acelerar a transição para uma matriz mais limpa. Combinada a fontes como vento, água, biomassa e biogás, a energia solar deve ampliar ainda mais sua participação no abastecimento nacional nos próximos anos.

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