planta, periquito-da-praia
Foto: Fabrício Riella/iNaturalist

Estudo de pesquisadores da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), do Centro Universitário da Grande Dourados (Unigran), Unicamp e da Unesp confirmou a segurança e a ação anti-inflamatória, analgésica e antiartrítica da planta Alternanthera littoralis, conhecida como periquito-da-praia.

Nativa do litoral brasileiro e tradicionalmente utilizada na medicina popular para combater inflamações, infecções microbianas e doenças parasitárias, até então havia poucas evidências farmacológicas que sustentassem essas aplicações e analisassem sua segurança.

Apesar do desfecho encorajador, ainda não é possível recomendar o seu uso clínico imediato. Por isso, novas análises toxicológicas complementares são necessárias, assim como estudos clínicos e a padronização do extrato, garantindo segurança, eficácia e qualidade farmacotécnica.

Além disso, o caminho até a aplicação terapêutica requer mais etapas regulatórias.

O experimento

O primeiro passo do trabalho, publicado no Journal of Ethnopharmacology, foi realizar análises fitoquímicas do vegetal para identificar os principais compostos bioativos do extrato etanólico das suas partes aéreas, conduzidas pelo farmacêutico Marcos Salvador, do Instituto de Biologia (IB) da Unicamp.

Em seguida, a equipe da farmacologista Candida Kassuya, da Faculdade de Ciências da Saúde da UFGD, avaliou a eficácia anti-inflamatória em modelos experimentais de artrite.

“Finalmente, realizamos as análises toxicológicas sob minha coordenação”, explica Arielle Cristina Arena, professora associada do Departamento de Biologia Estrutural e Funcional do Instituto de Biociências do campus de Botucatu da Unesp.

Resultados promissores

Os resultados mostraram que o extrato etanólico da A. littoralis apresenta efeito anti-inflamatório significativo em animais de laboratório.

“Nos modelos experimentais, observamos redução do edema, melhora dos parâmetros articulares e modulação de mediadores inflamatórios, sugerindo uma ação antioxidante e protetora dos tecidos”, conta Arielle Cristina.

De acordo com a professora, os achados reforçam o potencial medicinal da planta e estabelecem uma base científica sólida para futuras pesquisas pré-clínicas.

O estudo também gera oportunidades para o possível desenvolvimento de produtos fitoterápicos, uma vez que as conclusões sugeriram um perfil de segurança em doses terapêuticas que pode ser promissor também para uso humano.

“Nosso propósito é valorizar a biodiversidade brasileira e o conhecimento tradicional, mas com base científica rigorosa, promovendo o uso seguro e racional de produtos naturais”, finaliza a professora.

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